26 de dezembro de 2022
A sigla BIM vem do termo em inglês “Building Information Modeling”. Ao traduzir, significa “Modelagem de Informação da Construção”.
O sistema BIM faz parte de uma evolução da Construção Civil, a chamada Construção 4.0 ou Indústria 4.0, que consiste em uso da tecnologia para agilizar e aumentar a produtividade dos processos de ciclo de vida de um produto.
Tradicionalmente, a construção civil trabalha os projetos por meio de plantas, desenhos técnicos feitos em 2D que representam as características de cada obra. O sistema BIM revoluciona esse processo por introduzir novas camadas de modelagem.
O uso do BIM permite que o projeto seja visto como uma maquete digital 3D, o que facilita muito seu planejamento e execução, pois engloba no mesmo arquivo informações relevantes para todos os profissionais envolvidos na obra, desde o engenheiro até um paisagista.
O sistema BIM permite que vários profissionais trabalhem ao mesmo tempo no mesmo arquivo, para gerenciar informações em um projeto de construção em todo seu ciclo de vida.
Em outras palavras, cada um realiza as mudanças relacionadas a suas funções específicas e as informações são atualizadas em tempo real, ficando disponíveis a todos.
O nível de detalhe alcançado com o BIM é outra grande vantagem. Além de especificar medidas e quantidade de materiais, é possível determinar qual tipo de insumo deve ser usado em determinado aspecto do projeto, que vão de paredes, piso, até telhas, canos e muito mais.
Com o uso desse sistema é possível gerar maior integração de dados que auxiliam na discussão de novas legislações e normas.
Uso do BIM no Mundo
Os EUA foi o país responsável pela criação do BIM na década de 70. No entanto, demorou um pouco para que o sistema se tornasse algo viável para o mercado da construção civil americana.
Apenas em 2006 houve uma medida oficial do governo americano, tornando o uso do BIM obrigatório em todos os projetos federais dos EUA, exceto os edifícios militares. Embora seja a pátria idealizadora da metodologia, atualmente não é o país com maior nível de maturidade BIM.
Países como Reino Unido e Singapura são considerados exemplos de adoção do BIM. Nesses locais, o uso da modelagem da informação da construção foi uma tomada de decisão nacional, acompanhada do envolvimento de toda a comunidade técnica na elaboração de conteúdos de apoio, como guias, normas e bibliotecas de objetos.
O Reino Unido é líder das iniciativas na Europa. O país trabalha no terceiro nível de maturidade BIM, quando há plena colaboração entre todas as disciplinas por meio de um modelo de projeto compartilhado desenvolvido em um repositório centralizado.
Já Singapura, no Sudeste Asiático, começou a exigir o uso do BIM gradualmente entre 2008 e 2015. Hoje, a metodologia é aplicada em todos os projetos com mais de 5 mil metros quadrados.
BIM no Brasil
O governo brasileiro lançou uma política unificada de difusão da metodologia por meio da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, em 2018, que define um período de dez anos para a exigência gradual do uso do BIM em obras públicas.
Inclusive, um dos objetivos da Estratégia Nacional é a implementação da Plataforma e da Biblioteca BIM BR, a maior biblioteca pública de objetos em BIM do país, que está sob a coordenação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Maior Produtividade
Com o uso do BIM é possível diminuir os custos da produção, evitar desperdícios e integrar equipes multidisciplinares, resultando em ganhos de produtividade para as empresas e maior agilidade no desenvolvimento de obras.
Redação ABRAINC, com informações do Sienge, AutoDoc e Governo Federal
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