13 de junho de 2023
Antes de mais nada, trago aqui explicação sobre o “vazio institucional” ou “institutional voids”.
A primeira vez que ouvi esse termo foi há alguns anos em uma aula do Professor Tarun Khanna, no curso “Entrepreneurship in Emerging Economies” da Harvard Business School, o professor nos ensina que os negócios devem sempre resolver um problema, seja do cliente, seja da sociedade e, em países emergentes, caracterizados por serviços públicos insuficientes, a conjunção desses fatores supre vazios institucionais, tornando esses negócios potentes forças para a diminuição das desigualdades. A moradia de interesse social é um deles, supre vácuos institucionais de forma primária com a diminuição do déficit habitacional e geração de emprego e renda e, de forma secundária, promove a segurança, lazer e saneamento.
Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social
Desde 2005, o Governo Federal tem instituído o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. Ele tem o propósito de unificar e criar programas e políticas para o acesso à moradia de populações com baixa renda.
Uma das grandes contribuições das moradias de interesse social em condomínios é o aumento da segurança, os conjuntos residenciais dispõem portarias eletrônicas ou serviço de porteiros, com controle de acesso às residências, permitindo, dentre tantas outras coisas, que uma mãe fique mais tranquila sabendo que seu filho brinca dentro do condomínio e, que estranhos, não entrem sem a permissão dos moradores.
A disponibilidade de lazer acessível dentro dos condomínios também é um ganho, desde uma pequena área, para moradores recepcionarem convidados ou até condomínios clube, com outros itens como quadras esportivas, piscina, área kids, área verde e demais equipamentos e áreas de lazer.
A instalação desses apartamentos econômicos permite também um maior desenvolvimento da micro economia da região onde eles são construídos, a concentração de consumidores faz o comércio local prosperar com o aumento do consumo, emprego e renda.
Mais do que isso, envolve o poder público com criação ou desenvolvimento da infraestrutura na região, como construção de escolas, postos de saúde, equipamentos de lazer públicos, praças e assim os empreendimentos de interesse social vão ganhando um papel de transformador, mudando a realidade daquela localização.
Mais Vantagens
Podemos ir além, destacando mais impactos positivos que o preenchimento destes vácuos institucionais trazem. Para o meio ambiente, por exemplo, reduz danos ambientais causados por ocupações irregulares e habitação precária em área de preservação ambiental. Fornece também o saneamento básico, com instalações corretas de redes de coleta e tratamento de esgoto. Isso no país que tem mais de 100 milhões de pessoas, 47% da população Brasileira, sem acesso ao sistema de esgoto. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostra essa situação desumana entre as famílias de baixa renda que se condicionam a uma vida insalubre em prol de ter um lar.
E não podemos deixar de mencionar os empregos diretos e indiretos para a construção civil.
A oferta da moradia de qualidade e inclusão, conforme cada projeto permite, vai do lazer à proximidade do transporte público e postos de trabalho. O acesso rápido aos comércios e hospitais é sempre considerado em nossos planos. A construção de moradia de interesse social é um negócio próspero para todas as pontas, os stakeholders (clientes, fornecedores, município) são beneficiados não só pela diminuição da precariedade ou déficit de moradia, como também pelos outros benefícios que essa indústria traz consigo. Oferecer mais que paredes, oferecer uma moradia bela, acessível e segura faz parte do nosso trabalho. Acreditamos que a realização da compra da casa própria é para nosso cliente um portal de prosperidade para muitas outras realizações. Em uma vida de negativas, o “sim” tão esperado para a compra da casa pode ser transportado para outras áreas da vida em um processo de crescimento contínuo.
Sobre a autora
Cecília Cavazani é Co-CEO da Cavazani Construtora. É também integrante do Amazonita Clube, núcleo estratégico que reúne mulheres C-level do mercado da construção.
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