Covid-19 marca segundo trimestre negativo, levando condições do mercado imobiliário a níveis de 2017
Indicadores do Radar Abrainc-Fipe mais impactados pela pandemia e pelas medidas restritivas foram atividade, confiança, renda, emprego e lançamentos
De acordo com informações atualizadas do Radar Abrainc-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 2º trimestre de 2020 com nota média de 3,7 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). O resultado representa a deterioração expressiva nas condições de mercado no período, refletindo o conjunto de incertezas, riscos e perdas econômicas decorrentes da pandemia da COVID-19 sobre: (i) o desempenho da economia brasileira em geral; (ii) a confiança e expectativas dos agentes; (iii) as atividades relacionadas à cadeia de valor da construção; (iv) o emprego, a renda e decisões de consumo e investimento.
Comparativamente, os resultados finais do 2º trimestre de 2020 representaram: queda de 1,0 ponto em relação à nota geral ao final do primeiro trimestre (ante março/2020), declínio de 1,8 ponto no acumulado do ano (desde dezembro/2019) e recuo de 1,1 ponto no curso dos últimos 12 meses (comparando-se a junho/2019). Com esse resultado, a nota média registrada pelo Radar Abrainc-Fipe em julho de 2020 representa um recuo das condições de mercado para níveis observados em agosto de 2017. Como os efeitos mais drásticos da pandemia sobre a economia brasileira se deram exatamente ao longo do segundo trimestre, em paralelo à imposição de medidas restritivas voltadas para o achatamento da curva de contágio da COVID-19 (como o distanciamento social e a interrupção integral ou parcial das atividades e setores considerados não essenciais), a deterioração das condições de mercado abrangeu todas as dimensões avaliadas pelo Radar Abrainc-Fipe, com destaque para os impactos sobre indicadores do ambiente macro (decorrente da queda no nível de atividade e na confiança dos agentes econômicos), seguido pelos efeitos sobre a demanda (queda no emprego e na renda) e ambiente setorial (interrupção e declínio dos lançamentos da incorporação, principalmente nas capitais brasileiras e grandes centros urbanos).
No balanço do segundo trimestre de 2020, é possível evidenciar que a severidade desses impactos ofuscou o comportamento favorável de outras variáveis e indicadores que beneficiam a construção, a exemplo da queda da taxa de juros, da expansão do crédito (concessões) e a elevação da atratividade dos imóveis como alternativa de investimento ■