14 de dezembro de 2022
Até 2030, a expectativa média de vida do mundo chegará a 90 anos. No Brasil, a tendência de aumento da longevidade também é marcante. Dos anos 1970 até 2020, a idade da expectativa de vida subiu 30 anos. Com o avanço da medicina e da tecnologia, essa é a evolução natural da sociedade. Mas o que isso significa para as cidades e para os espaços? Eles terão que ser cada vez mais planejados tendo a longevidade em vista. Esse é o tema do qual a geroarquitetura trata.
A geroarquitetura absorve conceitos da neuroarquitetura para criar espaços confortáveis, práticos, funcionais e bonitos para os idosos, com base em três fundamentos: bem-estar, autonomia e flexibilidade. Significa, em resumo, pensar desde o projeto até a iluminação da casa ou do apartamento para que este se torne um lugar bom de morar em todas as idades.
Não se trata da arquitetura assistencial ou hospitalar, mas sim, de se criar um espaço que estimula a mobilidade, a autonomia e a independência dos ocupantes, enquanto eles envelhecem naturalmente. Nesse ponto, é uma arquitetura que privilegia a ergonomia.
Geroarquitetura para o Brasil
De acordo com o IBGE, um em cada quatro brasileiros terá mais de 60 anos de idade até 2060. E não se tratam de pessoas com o estereótipo de idoso que se formou. Serão pessoas conectadas, modernas e mais ativas.
Nesse contexto, a geroarquitetura cria ambientes para que os cidadãos possam se tornar mais saudáveis. Em casas, isso significa, por exemplo, usar pisos antiderrapantes e que sejam possíveis de serem limpos mais rapidamente, criar portas e espaços de banheiro maiores, instalar tomadas em lugares mais altos para facilitarem o uso por quem tem restrições de mobilidade, como se abaixar, ou seja, ter atributos que respeitem e promovam a autonomia das pessoas. “O legal é pensar em uma casa que tenha uma infraestrutura básica e, depois, caso seja necessário, seja fácil, simples e flexível fazer as adaptações, sem muita obra. Tem que pensar que a casa vai te acompanhar ao longo da vida. É uma visão inteligente de projeto”, disse a geroarquiteta brasileira Flávia Ranieri, em entrevista ao Gazeta do Povo.
Casa para todos, cidade para todos
Os atributos da casa que acolhe o envelhecimento também devem ser reais para espaços públicos. Áreas públicas com mais assentos, iluminação adequada, pisos mais estáveis, com menos declives, escadas adaptáveis e pavimentação antiderrapante, com largura, são alguns exemplos. Além disso, os ambientes públicos podem ser socialmente inclusivos, pensados para o encontro de pessoas em diferentes condições e momentos de vida. Ao criar espaços mais inclusivos para a idade em edifícios públicos, os arquitetos incentivam as pessoas de todas as gerações a passarem mais tempo juntas, como comunidade. Criar espaços projetados para todas as idades, de crianças a idosos, fortalece os laços sociais e faz com que todos se sintam mais bem-vindos. Afinal, a cidade que acolhe idosos é uma cidade que acolhe crianças, adultos… ou seja, uma cidade para todas as pessoas.
Fonte: Habitability
Geroarquitetura
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