8 de maio de 2023
A mobilidade urbana é colocada no centro de Barcelona, mas não do jeito que as pessoas imaginam. A cidade está usando o digital twin para testar as possibilidades de transformar a capital da região catalã em uma cidade de 15 minutos.
As organizações criaram uma plataforma web que analisa se os equipamentos e serviços públicos de Barcelona aderem ao modelo de cidade de 15 minutos. A Câmara Municipal de Barcelona e o Centro de Supercomputação de Barcelona – Centro Nacional de Supercomputación (BSC-CNS) desenvolveram uma ferramenta que pode ser usada para o planejamento urbano de qualquer cidade.
Os pesquisadores do BSC-CNS trabalharam em uma réplica digital conectada em 3D de Barcelona. A ideia é entender, em tempo real, como a cidade poderia funcionar melhor a partir de dados de múltiplas fontes, integrados. Assim, cenários futuros podem ser desenhados e avaliados na ferramenta.
O digital twin consegue entender como alterações de ruas, por exemplo, ou mudanças de rotas de transporte público podem funcionar naquele momento. E permite flexibilidade para a cidade, além de apoiar a gestão mais eficiente de recursos e a tomada mais rápida de decisões. Pré-testar as diferentes opções para resolver um problema em gêmeos digitais pode antecipar resultados e prevenir problemas ou crises.
Digital Twin de Barcelona
O projeto de Barcelona se iniciou em 2022 e, neste ano, já tem uma primeira etapa concluída: a análise de quais lugares colocar as novas estações de metrô das futuras linhas L8 e L9. A partir de cenários de trânsito e de viagens ativas, eles conseguiram traçar as duas linhas de metrô com o objetivo de diminuir a viagem a pé dos cidadãos.
Por meio do digital twin, os pesquisadores puderam ver o impacto que as estações de metrô terão nas localidades, apoiando que os moradores e pessoas que passam por ali consigam fazer caminhadas de 10 minutos entre pontos importantes da cidade, a partir das estações.
As redes de bibliotecas, os pontos de carregamento elétrico, as estações de bicicleta compartilhada e as instalações de saúde vão ser criadas a partir desse modelo, priorizando o fluxo de pedestres.
Mapa interativo da cidade
“Usando dados públicos, estamos desenvolvendo um mapa interativo que rastreia instalações e serviços e nos permite ver quais partes da cidade não são atendidas”, disse o pesquisador do BSC, Patricio Reyes, em entrevista ao POLITICO. “Podemos ver quanto tempo leva para acessar uma biblioteca em uma parte da cidade ou se há um número insuficiente de unidades básicas de saúde em outra.”
Reyes disse que o esquema também pode ser usado para rastrear tendências de gentrificação – com base no número de casas de família oferecidas em um determinado bairro, por exemplo – ou para identificar quais áreas carecem de bom acesso ao transporte.
Uma área com maior número de pessoas idosas ou deficientes requer infraestruturas específicas. O supercomputador pode incluir essas métricas para “examinar realmente a acessibilidade dentro da cidade”, disse Reyes.
Fonte: Habitability
Fique por dentro de tudo o que rola no setor!