13 de dezembro de 2022
E se os prédios fossem árvores? O estúdio de arquitetura Skidmore, Owings & Meriil (SOM) respondeu a essa pergunta com o Urban Sequoia. O sistema, apresentado no Buildings Pavilion Auditorium durante a COP27, mostra formas de se construir edifícios que absorvam carbono ao longo do tempo.
O protótipo inicial do SOM conseguiu reduzir a emissão de carbono da construção em 70% em comparação com um arranha-céu típico. Nos primeiros cinco anos de vida da torre, o Urban Sequoia já teria capacidade de reduzir 100% da emissão de carbono de sua construção.
Prédio como um “ser vivo”
O Urban Sequoia foi projetado para ter mais de 100 anos de vida útil. Com o tempo, ele teria mais capacidade de absorver o carbono emitido pela cidade onde está a construção.
“Reconhecemos a necessidade de alterar a trajetória da mudança climática indo além do zero líquido”, disse Chris Cooper, sócio da SOM, em comunicado para a imprensa. “Precisamos retirar o carbono da atmosfera por meio do ambiente construído e desenvolvemos um projeto para fazer exatamente isso”
Para atingir esse objetivo, a SOM começou a pensar em edifícios como organismos vivos, que podem reduzir significativamente o carbono incorporado e gerar energia em sua operação.
O Urban Sequoia utiliza materiais como madeira e bioconcreto. “É uma maneira de pensar nas cidades como ecologia, como sistemas vivos e respiratórios que podem ser reconfigurados para alcançar reduções drásticas no carbono vitalício, reenquadrando o ambiente construído como uma solução para a crise climática”, disse Mina Hasman, diretora da SOM.
Urban Sequoia: todo o projeto
Para chegar nestes objetivos, o Urban Sequoia pensa em todos os apsectos do processo de construção: desde o projeto até o uso do prédio. A empresa diz que reconsiderou a forma de selecionar materiais, sistemas e estruturas mecânicas do prédio.
Dessa forma, o sistema do Urban é de um processo simplificado de construção. Ou seja, todos os processos fazem parte de uma única linha: estrutura, fachada, acabamento do interior e sistemas internos. As instalações que ficam normalmente escondidas nos tetos, como dutos de ar, sistemas elétricos e de encanamento, podem ser consolidadas em um único espaço.
O ar fluiria para as aberturas de ventilação do piso, situadas entre a laje e o acabamento, bem como os jardins suspensos que funcionariam como amenidades e grandes zonas de captação de ar. O ar frio se moveria para esses jardins e entraria em cavidades abertas no núcleo do edifício, onde o efeito chaminé traria o ar, por meio da tecnologia de captura direta embutida no núcleo e no telhado do edifício. Como em uma árvore.
O CO2 capturado seria, então, armazenado e disponibilizado para uso em diversas aplicações industriais, completando o ciclo do carbono e formando a base de uma nova economia de remoção do gás de efeito estufa. A nova abordagem da SOM otimiza as lajes para incluir esses sistemas dentro dos pisos e aumenta as alturas do teto, diminuindo significativamente o uso de material.
Para completar o ciclo do carbono e lançar as bases para uma nova economia baseada na remoção do gás de efeito estufa, o carbono capturado seria posteriormente armazenado e disponibilizado para uso em diversas aplicações industriais.
Fonte: Habitability
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