12 de dezembro de 2022
Governo japonês pretende construir uma mini-cidade sustentável estendendo uma faixa de terra na Baía da capital
Com o intuito de aumentar a competitividade internacional, criando uma cidade sustentável e adotando tecnologias digitais de ponta, o vice-governador da capital do Japão, Manabu Miyasaka, pretende construir uma mini-cidade sustentável futurista com mais terras onde existe água. Chamado de Projeto ESG da Baía de Tóquio, o plano é estender para mil hectares uma parcela de terra não utilizada no meio da baía.
A área despovoada sediou competições de canoa e remos durante as Olimpíadas de Tóquio 2020 e, agora, está sendo usada para armazenar contêineres e processamento de lixo. “Tóquio se expandiu através da criação de terras recuperadas no mar e isso é uma grande vantagem para nós”, disse Miyasaka, que foi presidente do Yahoo Japan Corp antes de ingressar no governo metropolitano. “Ninguém vive na terra que planejamos usar, então podemos começar do zero em vez de atrapalhar o dia a dia das pessoas”, acrescentou.
Projeto de mini-cidade sustentável
Imagem do projeto (Foto: Divulgação – Governo Metropolitano de Tóquio)
De acordo com as informações do governo japonês, os testes no local começarão em 2023. Miyasaka e sua equipe irão convidar empresas para executar programas pilotos que trazem soluções para os desafios enfrentados pelas grandes cidades.
Os envolvidos estão tentando atrair cerca de nove empresas para se concentrar em novas tecnologias, como reduzir o congestionamento do tráfego e as emissões de Gases de Efeito Estufa ou gerar energia limpa com até 30 milhões de ienes, equivalente a US$ 7,3 milhões em financiamento por projeto no primeiro ano.
Além disso, o local terá navios de combustível e energia limpa gerada por instalações solares e turbinas verticais que funcionam mesmo em ventos de classe de tufão. Captura de carbono, purificação de água e plásticos reciclados também estão sendo considerados.
Imagem do projeto (Foto: Divulgação – Governo Metropolitano de Tóquio)
“A tecnologia está deixando de ser usada no mundo puramente digital para espaços físicos”, disse Miyasaka. “As cidades vão lutar para se tornarem locais para desenvolver essas novas tecnologias e o projeto pode se tornar um modelo para outros centros urbanos”, acrescentou.
Parcerias com empresas e instituições
Apenas em agosto deste ano, 55 empresas, universidades e organizações, incluindo Sumitomo Realty & Development Co., NTT Urban Solutions Inc. e NEC Corp, se registraram para serem parceiras no projeto.
Outras grandes empresas já anunciaram que irão participar do desenvolvimento da cidade sustentável na área da Baía de Tóquio, incluindo a fabricante de jogos Konami Group Corp e a emissora de TV Asahi Holdings Corp. Ambas se comprometeram em construir escritórios, espaços de entretenimento, estúdios e lojas. A previsão de inauguração está prevista para cerca de 2025.
A famosa Toyota divulgou seus planos para construir uma nova arena esportiva perto do projeto da Baía, também com inauguração prevista para 2025. A arena terá tecnologia voltada à mobilidade e sustentabilidade, podendo ser usada para basquete e outros esportes.
Sucesso depende de alguns fatores
Em uma declaração, Miyasaka disse que o maior desafio é construir uma mini-cidade sustentável que seja forte o suficiente para lutar contra crises, como doenças, mudanças climáticas ou fornecimento de energia.
Segundo o presidente do Instituto de Política Metropolitana, Hiroo Ichikawa, o sucesso do projeto depende da rapidez com que o Japão pode agir para facilitar as regulamentações e permitir que novas tecnologias sejam implementadas para uso prático. “Uma maneira seria estabelecer uma agência estatal de desenvolvimento como fez Londres”, finalizou.
Fonte: Habitability
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