Mesmo com as incertezas geradas pela pandemia de covid-19, o mercado imobiliário ficou mais aquecido. Segundo pesquisa realizada pela consultoria BRAIN Inteligência Estratégica, das pessoas que pensavam em comprar um imóvel, 22% efetivaram a compras em junho, seis pontos percentuais superior a março, e três pontos percentuais maior que abril, meses iniciais da pandemia.
As regiões Sul e Centro-Oeste tiveram um maior crescimento entre março e junho. A primeira saltou de 8% em março para 23% em junho, e a segunda foi de 15% para 22% no mesmo período. O Sudeste se manteve estável (de 26% em março para 25% em junho) assim como Norte e Nordeste, que foram unificados na pesquisa (16% em março para 18% em junho).
"Acredita-se que esses números possam se relacionar com os efeitos da pandemia sentidos desigualmente ao longo do tempo nas regiões brasileiras" comenta o Ceo da BRAIN Fábio Tadeu Araújo.
A pesquisa também mostrou um leve aumento na intenção de compra, onde em março correspondia a 55% e em junho subiu mais 3%. Já os motivos para não comprar variam de acordo com a renda. "Quem ganha acima de R$ 11 mil sofre com as incertezas em relação à pandemia, algo mais psicológico. Já que possui renda até esse valor, desiste da compra por ter perdido o emprego" disse Fábio.
A análise também mostrou que o isolamento também interferiu no tipo de imóveis. "Quando questionados se o isolamento social interferiu na decisão do imóvel desejado, verificou-se que o impacto nesta decisão foi pequeno, inferior à 10% em junho, em linha com abril. Para estes cuja escolha foi modificada, a questão do valor foi afetada (23%), bem como em segundo lugar o número de cômodos (20%). 10% afirmaram que mudaram a escolha de apartamento para casa" diz a pesquisa.
DF também teve aumento na venda de imóveisO mercado imobiliário do Distrito Federal também teve aumento nas vendas e fechou o mês de maio com sua maior velocidade de vendas em 2020, confirmando a expectativa de reaquecimento do setor no segundo semestre. A última rodada da pesquisa Indicador de Velocidade de Vendas (IVV) apurou um índice de 9,1% para o segmento residencial, o mais alto registrado para o mês de maio desde o início do monitoramento, há seis anos.
As regiões administrativas com maior volume de vendas foram Santa Maria (36,8%), Planaltina (24,1%) e Samambaia (12,3%). Nos segmentos de médio e alto padrões, o maior volume de vendas foi registrado no setor Noroeste (8,6%). A maioria dos imóveis vendidos estão em obra.
"A moradia, a casa, passa por uma ressignificação imposta pela pandemia da covid-19 e isso está puxando o mercado", avalia Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF). Ele complementa que, além do distanciamento social, a necessidade de comprar um imóvel maior e a prática do trabalho à distância também são parte dessa ressignificação, ampliando as funções do imóvel residencial. "Muitas pessoas e mesmo famílias estão precisando de mais espaço", comenta.
Fonte: Correio Braziliense