4ºTrimestre 2021

Deterioração do ambiente macro e das condições de crédito afeta 4º trimestre

Para 2022, juros elevados, pressões de custo sobre as empresas do setor e redução do affordability são alguns dos principais desafios

De acordo com informações atualizadas do Radar Abrainc-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 4º trimestre de 2021 em queda, com nota média de 4,6 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). Em termos comparativos, os últimos resultados representaram um recuo de 0,5 ponto em relação à nota apurada ao final do 3º trimestre (setembro/2021); queda de 0,7 ponto em 12 meses (dezembro/2020); e um declínio de 1,0 ponto em 24 meses (dezembro/2019).

Considerando as dimensões que compõem o Radar Abrainc-Fipe, apenas o ambiente setorial apresentou recuperação no último trimestre (+0,8), graças ao alívio de pressões inflacionárias sobre insumos da construção. Em relação às demais dimensões, as quedas mais expressivas foram observadas no ambiente macro (-1,1) e no crédito imobiliário (-1,4) – ambos negativamente afetados pela elevação das taxas de juros da economia.

Quanto à dimensão demanda, a ligeira queda registrada no último trimestre (-0,2) repercutiu o recuo da atratividade do investimento imobiliário (também afetado negativamente pela alta dos juros), ofuscando a discreta recuperação do emprego e da renda registrada nos últimos meses. No balanço de 2021, a deterioração das condições do mercado pode ser explicada pela expressiva piora no ambiente macro (-2,9), ao passo que, no horizonte ampliado de 24 meses, essa responsabilidade é compartilhada com o recuo nas condições de demanda (-2,6).

Em síntese, a leitura dos últimos resultados apresentados destaca alguns dos principais desafios enfrentados ao longo de 2021, incluindo a persistência de efeitos da pandemia sobre emprego e renda (restringindo a demanda potencial), o aumento dos custos da construção (comprimindo as margens das empresas do setor) e os impactos da política monetária sobre o mercado imobiliário.

Além de desestimular a atividade econômica, a elevação da taxa básica de juros (Selic) afeta negativamente a atratividade do investimento em imóveis, encarece o crédito e reduz o affordability – temas que, ao lado de novas pressões inflacionárias sobre o setor (dadas por atritos no contexto internacional) constituem pontos de atenção para 2022 ■

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