Deterioração do ambiente macro impacta condições do mercado no 3º trimestre
Escalada da taxa básica de juros da economia teve repercussões também em outras dimensões e indicadores, como crédito e ambiente setorial
De acordo com informações atualizadas do Radar ABRAINC-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 3º trimestre de 2021 praticamente estáveis, com nota média de 4,7 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). Comparativamente, o resultado de setembro/2021 representou um recuo de 0,3 ponto em relação ao final do 2º trimestre (junho/2021); queda de 0,4 ponto no acumulado do ano (dezembro/2020); e estabilidade em 12 meses (setembro/2020). Entre os indicadores que compõem o Radar ABRAINC-Fipe, os avanços do 3º trimestre de 2021 foram muito discretos e se concentraram em alguns indicadores do crédito imobiliário (melhora marginal na atratividade relativa do financiamento de imóveis, a despeito da piora nas condições gerais do financiamento imobiliário) e da demanda (recuperação marginal do emprego e da massa de renda no período). Por outro lado, o comportamento predominantemente negativo da nota geral do Radar ABRAINC-Fipe no último trimestre repercutiu a deterioração das demais dimensões e da maior parte dos indicadores, principalmente ambiente macro (juros e atividade) e ambiente do setor (atratividade do investimento imobiliário e lançamentos). Em contexto, os últimos resultados devem ser compreendidos à luz do comportamento e da influência de variáveis macroeconômicas sobre o ciclo do mercado imobiliário, especialmente a taxa de juros básica da economia – cujo patamar e trajetória esperada influem direta e indiretamente sobre as dimensões e indicadores monitorados, contribuindo para: redução dos estímulos à atividade, encarecimento do crédito, diminuição na atratividade dos imóveis como modalidade de investimento, deterioração das condições de emprego e renda, queda no affordability dos imóveis, entre outros.