Entre incertezas e impasses, condições do mercado imobiliário ficam estáveis no 2º trimestre

Deterioração recente de indicadores macro, de demanda e do ambiente setorial foi compensada pelas condições favoráveis de crédito

De acordo com informações atualizadas do Radar Abrainc-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 2º trimestre de 2021 praticamente estáveis, com nota média de 4,9 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). Comparativamente, a nota de junho/2021 (4,9) apresentou recuo marginal de 0,1 ponto em relação ao final do 1º trimestre (março/2021); queda de 0,1 ponto no acumulado do ano (dezembro/2020); e elevação de 0,8 ponto em 12 meses (junho/2020). Entre os indicadores que compõem o Radar Abrainc-Fipe, os destaques positivos do 2º trimestre de 2021 incluíram as condições do crédito imobiliário, que se mantiveram relativa e historicamente atrativas, além do avanço da confiança dos agentes (macro) e ligeira queda da taxa de desemprego (demanda). Em contraste, as demais dimensões se deterioraram, em média, com destaque negativo para os indicadores do ambiente macro (atividade econômica e juros), ambiente do setor (custos do setor) e demanda (atratividade do investimento imobiliário). Considerando o horizonte de 12 meses, a variação positiva na nota do Radar Abrainc-Fipe pode ser atribuída à recuperação de indicadores no ambiente macro e crédito imobiliário, além da forte expansão dos lançamentos (ambiente setorial). Os resultados recentes merecem ser lidos à luz das incertezas e impasses políticos, econômicos e sanitários que afetam o cenário doméstico, com destaque para os riscos de maior deterioração das contas públicas, o aperto da política monetária (via taxa de juros) para contenção da inflação e a manutenção de níveis ainda muito elevados de desocupação da força de trabalho. Tais fenômenos contrastam com o avanço da vacinação e o momento excecional vivido pela incorporação, impulsionado pelas condições favoráveis de crédito imobiliário ■