Com 1º trimestre misto, avanço nas condições de mercado é limitado no início de 2021
A despeito da expansão do crédito e do recorde nos lançamentos, fragilidade da demanda e pressões de custo ainda pesam na nota geral
De acordo com informações atualizadas do Radar Abrainc-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 1º trimestre de 2021 com nota média de 5,0 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). Comparativamente, a nota registrada em março/2021 (5,0) apresentou ligeiro recuo de 0,2 ponto em relação à nota geral ao final do 4º trimestre (dezembro/2020); alta de 0,6 ponto em 12 meses (março/2020); e elevação de 0,5 ponto em 24 meses (março/2019). Entre os indicadores que compõem o Radar Abrainc-Fipe, os destaques positivos do 1º trimestre de 2021 ficaram por conta da recuperação do nível de atividade econômica (acima do esperado), a contínua expansão do crédito imobiliário (impulsionada por novas concessões), além da alta no número de lançamentos, que atingiu patamar recorde. Em contraste, indicadores relacionados à demanda (massa salarial e emprego – ainda deprimidos pelos efeitos da pandemia) e aos insumos (inflação e pressões de custo), aliados à ligeira queda na confiança dos agentes e à elevação da taxa básica de juros, colaboraram para que a nota geral do Radar Abrainc-Fipe apresentasse ligeira queda no curto prazo. Considerando horizontes mais amplos (12 e 24 meses), todavia, o avanço se faz notar em todas as dimensões avaliadas, à exceção do declínio nas condições da demanda – exposto pelo patamar recorde da desocupação e pela queda real na renda. Reconhecendo a possibilidade de novas restrições e novas ondas da pandemia, bem como as experiências internacionais de sucesso no enfrentamento da crise, é possível afirmar que a plena recuperação as condições de mercado passará, invariavelmente, pela aceleração no ritmo da vacinação, favorecendo assim a abertura ampla (e definitiva) da economia brasileira ■