3ºTrimestre 2020

Condições de mercado imobiliário se recuperam no 3º tri, mas ainda não retomam patamar pré-pandemia

 Destaques incluíram avanços na confiança, atividade econômica e crédito, contrastando com a deterioração da demanda (emprego e renda)

De acordo com informações atualizadas do Radar Abrainc-Fipe, as condições do mercado imobiliário encerraram o 3º trimestre de 2020 com nota média de 5,2 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). O resultado representa uma ligeira recuperação das condições de mercado imobiliário após o choque negativo da pandemia da Covid-19 nos dois trimestres anteriores, refletindo a flexibilização das medidas restritivas, a retomada gradual das atividades econômicas, entre elas a comercialização de imóveis novos. Comparativamente, a nota do Radar Abrainc-Fipe registrada ao final do 3º trimestre de 2020 (setembro/2020) representou: avanço de 0,8 ponto em relação à nota geral ao final do segundo trimestre (ante junho/2020); ligeiro recuo de 0,5 ponto no acumulado do ano (desde dezembro/2019); e queda discreta de 0,3 ponto nos últimos 12 meses (em relação a setembro/2019).

Entre os indicadores que compõem o Radar Abrainc-Fipe, os destaques positivos do último trimestre incluíram a expressiva recuperação registrada no ambiente macro (como confiança e nível de atividade econômica), condições de crédito e financiamento imobiliário mais favoráveis (aumento das concessões reais e diminuição das taxas de juros do financiamento imobiliário); bem como um ambiente setorial mais propício para negócios (dado pela alta nos lançamentos e no preço médio de venda dos imóveis) e pela maior atratividade do investimento de imóveis. Em contraste, é necessário destacar a forte deterioração das condições de demanda (exemplificadas pelo desemprego recorde e pela queda na renda, que só não foi maior devido ao auxílio emergencial), além de pressões inflacionárias que podem impor limites à constituição de um ciclo mais favorável para o mercado imobiliário.

Assumindo-se que esses indicadores dificilmente se recuperarão plenamente no curto prazo, bem como as ameaças sob o ponto de vista sanitário (segunda onda da pandemia e novas restrições às atividades econômicas), fiscal (endividamento e contas públicas) e de custos (incluindo abastecimento e preço de insumos setoriais), a busca do crescimento potencial do mercado imobiliário de forma equilibrada e sustentável dependerá da combinação de esforços da iniciativa privada e o poder público, seja no desafio logístico da vacinação, seja na recuperação da renda e o emprego da população ■

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