Julho 2025

Lançamentos de imóveis sobem 42% até maio, mesmo com juros elevados e crédito mais restrito

Segundo os Indicadores ABRAINC-Fipe, alta foi puxada pelo Minha Casa, Minha Vida, que avançou mais de 53%; vendas de imóveis novos acumulam alta de 7,9%, também impulsionada pelo segmento de habitação popular

O setor imobiliário brasileiro segue firme na trajetória de expansão, mesmo em um cenário de juros ainda elevados e crédito mais restrito. Segundo os Indicadores ABRAINC-Fipe, os lançamentos residenciais tiveram alta acumulada de 42,3% entre janeiro e maio de 2025, frente ao mesmo período do ano anterior. Em termos de valor, o crescimento real dos lançamentos foi de 43,8%.

O avanço é impulsionado, principalmente, pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que teve expansão de 53,4% nos lançamentos e mais de 54% em valor. Já o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) seguiu demostrando resiliência, com crescimento de 3,1% nos lançamentos e aumento de 40,3% no valor movimentado.

As vendas residenciais também mantiveram trajetória positiva: no acumulado de 2025 até maio, as unidades comercializadas subiram 7,9% e o valor total transacionado avançou 6,9% em termos reais, em comparação com o mesmo período de 2024. O destaque, mais uma vez, ficou para o MCMV, com alta de 16,3% nas vendas. Mais impactado pelo cenário de juros elevados e crédito via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) restrito, o segmento MAP apresentou queda de 15,6% no volume vendido no período.

As entregas de imóveis tiveram crescimento de 11,4% até maio, indicando continuidade no fluxo de obras e geração de empregos na cadeia da construção civil. Já a oferta disponível apresentou aumento de 5,7%, suficiente para garantir cerca de 11 meses de estoque —considerado saudável para o equilíbrio entre oferta e demanda.

Apesar dos resultados positivos de forma geral, o presidente da ABRAINC destaca que é fundamental garantir crédito em condições adequadas para o segmento MAP — tanto para os compradores quanto para os incorporadores. “É essencial buscarmos um novo modelo de financiamento via SBPE que seja capaz de direcionar recursos de forma estruturada e viabilizar juros mais baixos, mesmo em um cenário de Selic elevada, como já ocorre com os financiamentos pelo FGTS no segmento popular. É preciso garantir uma base de funding mais estável e previsível, que reduza a volatilidade no custo do capital e sustente a expansão da oferta habitacional”, destaca Luiz França, presidente da ABRAINC.

França destaca ainda que a previsibilidade do funding para o segmento MAP torna-se ainda mais relevante diante do alto volume de entregas previstas para os próximos meses, resultado direto do crescimento dos lançamentos nos últimos anos. “Esse cenário se soma a uma demanda aquecida: segundo levantamento da Brain Inteligência Estratégica, a intenção de compra de imóveis alcançou 49% no 2º trimestre de 2025, o maior patamar da série histórica do levantamento”, afirma.

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