Com COVID-19, lançamentos e vendas recuam, respectivamente, 17,5% e 7,1% em março Pandemia e restrições adotadas para reduzir o contágio afetaram o desempenho da incorporação, especialmente no segmento de médio e alto padrão De acordo com informações fornecidas por empresas associadas à Abrainc, os lançamentos de imóveis somaram 10.846 unidades em março de 2020, totalizando 17.627 no primeiro trimestre deste ano (queda de 3,0% em relação ao primeiro trimestre de 2019) e 111.534 unidades nos últimos 12 meses (volume 7,3% superior ao registrado nos 12 meses precedentes). Já as vendas de imóveis novos somaram 10.927 unidades no último mês, colaborando para um volume total de 30.004 unidades comercializadas no primeiro trimestre deste ano (o que ainda representa um avanço de 11,5% frente ao mesmo período de 2019) e 117.592 no acumulado dos últimos 12 meses (alta de 1,5% em relação aos 12 meses precedentes). Como já era esperado, a chegada da pandemia da COVID-19 ao país, associada às medidas impostas para restringir sua disseminação e a taxa de contágio nos grandes centros urbanos (notadamente, o distanciamento social e a interrupção parcial ou integral de serviços consideradas não essenciais), afetaram negativamente o ritmo da atividade econômica e o nível de consumo, assim como a confiança e as expectativas dos agentes quer atuam no mercado imobiliário. Na realidade do segmento da incorporação, as medidas voltadas para o combate à pandemia representaram, por exemplo, o fechamento temporário de stands de venda de imóveis, a postergação de planos de novos lançamentos de empreendimentos, a redução no ritmo de algumas obras ou no fornecimento de insumos para novos empreendimentos, dificuldades adicionais na concessão de licenças e alvarás pelas administrações públicas, a protelação de planos de aquisição de imóveis por famílias e investidores, entre outros. Em termos quantitativos, esses impactos colaboraram para uma queda de 17,5% no volume de lançamentos e no recuo de 7,1% no número de unidades comercializadas em março de 2020 (ambos percentuais calculados em relação ao mesmo mês de 2019). Outros impactos relevantes a serem notados incluem a redução expressiva de 26,7%, no número de imóveis entregues e o recuo de 7,7% no volume de vendas líquidas** no mesmo horizonte de análise. Considerando o desempenho por segmento residencial, os efeitos da crise sanitária foram sentidos de forma mais expressiva sobre os lançamentos e vendas de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP), que recuaram, respectivamente, 21,8% e 30,3% no último mês (em comparação com mesmo período de 2019). No caso dos empreendimentos relacionados ao Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), os lançamentos declinaram 16,8% em março, ao passo que as vendas ainda sustentaram um crescimento de 7,2% no mês. As diferenças nos impactos por segmento podem ser explicadas pela concentração dos empreendimentos de padrão mais elevado nos grandes centros urbanos, praças que também concentram a maior proporção dos casos de COVID-19 e, por essas razões, foram mais afetados pelas medidas restritivas de circulação e de atividade econômica (em relação às cidades de menor porte). Com o avanço da doença ao longo de abril e maio, a expectativa é que os números negativos da incorporação se estendam para nas próximas leituras dos Indicadores Abrainc-Fipe. Notas: (*) As informações do Programa Minha Casa Minha Vida contemplam apenas empreendimentos da Faixa 2 e Faixa 3. (**) As vendas líquidas correspondem ao volume de vendas excluindo-se as unidades distratadas no mesmo período.