1 de outubro de 2025
Em que pese o cenário de juros elevados e crédito mais caro ao segmento MAP, o mercado imobiliário brasileiro segue em trajetória de crescimento. De acordo com os Indicadores ABRAINC/FIPE, o número de unidades lançadas no 2º trimestre de 2025 aumentou 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em termos de valor, a alta foi ainda maior, de 19,1%.
O resultado foi impulsionado tanto pelos empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que registraram crescimento de 11,9%, quanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP), que avançou 8,3%. Em valor lançado, o destaque é a elevação de 37,2% nos empreendimentos de MAP. No MCMV, a alta foi de 9,4%.
No balanço do 1º semestre de 2025, os lançamentos acumulam elevações de 31,9% em volume e 34,6% em valor em comparação à primeira metade de 2024, evidenciando um ritmo sólido de expansão do setor.
As vendas também apresentaram resultado positivo no trimestre: o número de unidades comercializadas aumentou 7,4% frente ao 2º trimestre de 2024. O avanço foi garantido pelo segmento MCMV, que cresceu 13,8% em volume. Mais afetado pelos juros elevados, o segmento MAP apresentou queda de 11,1% no volume comercializado. Pela ótica do valor, o mercado registrou alta de 6,2%, impulsionada por um crescimento de 18,3% em MCMV e uma ligeira elevação de 0,3% em MAP.
No acumulado do semestre, as vendas expandiram 6,9% em volume e 5,9% em valor, confirmando o protagonismo do segmento habitacional popular no desempenho agregado, com crescimento de 15% no volume e de 16,5% em valor comercializado para o segmento Minha Casa, Minha Vida. Já no MAP, houve queda de 17,2% em volume vendido, refletindo diretamente os efeitos dos juros elevados e da retração da poupança, que reduziram a disponibilidade e ampliaram o custo do crédito imobiliário.
Em relação aos Estoques, no MAP o nível atual pode ser consumido com 13 meses de venda, e no MCMV, o índice é de 10 meses. Ambos estão em um nível considerado adequado e refletem que o mercado não está com excesso de oferta.
Na avaliação de Luiz França, presidente da ABRAINC, os números reforçam a força e a resiliência do setor imobiliário, que segue crescendo e contribuindo para a geração de empregos e o desenvolvimento do país. No entanto, ele faz um alerta sobre o peso dos juros elevados sobre o crédito habitacional no segmento MAP. “A taxa média de financiamento SBPE passou de TR + 7,4% para TR + 12,5% em apenas quatro anos, o que reduziu em 50% o público capaz de adquirir um imóvel de R$ 500 mil. A cada aumento de 1 ponto percentual, cerca de 160 mil famílias deixam de ter acesso ao crédito imobiliário. Esse cenário evidencia a necessidade de ampliar e diversificar as fontes de funding, de forma a garantir taxas mais compatíveis com a realidade brasileira”, ressalta França.
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