8 de janeiro de 2024
A revisão do FGTS deve ficar para o primeiro semestre de 2024. O julgamento do STF que avalia qual a melhor forma de rendimento das contas do fundo estava marcado para novembro, mas foi adiado depois de o ministro Cristiano Zanin pedir vista.
Financiamento imobiliário mais caro
"Esperamos que os ministros entendam as consequências da mudança e que eles não fiquem olhando só uma alteração de remuneração para uma minoria do fundo. Mas que vejam as consequências que eles estão acarretando do ponto de vista humanitário. É destruir um grande número de pessoas que tem melhoria de vida no Brasil". Luiz França, presidente da Abrainc
O que é a revisão do FGTS
A ação foi proposta pelo Solidariedade em 2014. O julgamento começou em 20 de abril e teve dois votos, mas foi suspenso quando o ministro Nunes Marques pediu vista do processo. Ou seja, ele pediu mais tempo para analisar o assunto. O tema voltou a ser analisado em novembro, quando Zanin pediu vista.
O julgamento avalia se o índice de correção do FGTS deve ser alterado. Luís Roberto Barroso é o relator e votou pela mudança do índice de correção do FGTS. O ministro fez um ajuste em seu voto para diminuir o prejuízo aos cofres públicos com a correção do FGTS.
Inicialmente, ele tinha defendido a correção pelo mesmo índice da caderneta de poupança, com validade a partir da conclusão do julgamento, sem pagamento de valores retroativos. No início de novembro, o ministro sugeriu que o índice fosse aplicado a partir de 2025, levando em consideração que 2024 seria o primeiro ano do arcabouço fiscal.
André Mendonça também fez um ajuste no voto para acompanhar Barroso. Nunes Marques também seguiu o presidente do STF.
Todo trabalhador com carteira assinada tem uma conta no FGTS. O empregador é obrigado a depositar todos os meses 8% do salário bruto do funcionário na conta, sem nenhum tipo de desconto no salário do funcionário. Quando a pessoa é demitida sem justa causa, ela pode sacar o dinheiro do fundo. Outras possibilidades de saque são em caso de doença grave, na hora da aposentadoria ou para a compra de imóvel próprio.
Rendimento do FGTS
Hoje as contas do FGTS rendem 3% ao ano mais TR (taxa referencial), que está próxima de zero. Há também a distribuição de lucros do fundo, que aumenta a rentabilidade das contas.
Na prática, a revisão fará com que as contas tenham uma rentabilidade maior aos trabalhadores. Além do rendimento anual, o FGTS faz a distribuição dos lucros aos trabalhadores com contas no fundo. Todos os anos o FGTS distribui o lucro que o fundo teve e o valor depositado na conta varia de acordo com o saldo que cada trabalhador tinha no fundo no dia 31 de dezembro do ano anterior.
Caso o STF determine um aumento na rentabilidade, isso trará impactos aos cofres públicos. A revisão de saldos antigos deve ser decidida pelo Congresso Nacional. Caso o STF decida que os saldos das contas do FGTS devem ser corrigidos pela poupança, o tema deve ir ao Congresso Nacional para decidir se haverá algum tipo de depósito referente ao passado ou não.
A distribuição de lucros é melhor do que aumentar a rentabilidade do fundo de uma vez, para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção do FGV Ibre. "Desde que o FGTS passou a distribuir o lucro, a rentabilidade das contas ficou mais equiparada a própria poupança. A questão é que é diferente remunerar a priori as contas ou você fazer a posteriori conforme o resultado das aplicações financeiras", afirma Castelo.
Fonte: UOL
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