16 de junho de 2023
Cerca de 250 pessoas participaram nesta quinta-feira do 2° Encontro de Incorporadoras do Interior de São Paulo, organizado pela ABRAINC. O evento reuniu diversos players do setor e teve como objetivo discutir o panorama e as perspectivas do mercado imobiliário na região.
Durante a abertura do encontro, realizado em Campinas, o presidente da entidade, Luiz França, destacou a importância do mercado imobiliário do município, que se encontra em uma região extremamente privilegiada em termos de potencial de crescimento. O executivo enfatizou, também, que algumas medidas podem ajudam a fomentar ainda mais o crescimento do setor no interior paulista e em todo o país. “Estamos animados em relação à discussão do arcabouço fiscal e da reforma tributária, que estão em tramitação no Congresso, e que representam bons sinalizadores de estabilidade e segurança para os investidores locais e internacionais e que, dessa forma, ajudem o Banco Central a começar a reduzir a Selic. No nosso segmento, se você não tem uma taxa de juros abaixo de dois dígitos, nosso mercado não tem a força que deve ter”, frisou o presidente da ABRAINC.
Intenção de compra
Além dos debates sobre o panorama de mercado, o evento também contou com a divulgação de uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica sobre a intenção de compra de imóveis no interior paulista nos próximos 24 meses. O levantamento ouviu 2.586 pessoas, entre 25 e 75 anos, com rendas entre R$ 3 mil e R$ 16,5 mil, no primeiro quadrimestre de 2023.
Entre os respondentes, 34% pretendem adquirir um imóvel no período de 24 meses, sendo que, neste universo, 31% pretendem fazê-lo dentro de até 1 ano e 46% nos próximos 18 meses. Entre as preferências, 56% optariam por casas de rua; 33% desejam apartamentos; 28% casas em condomínio fechado; 15% em loteamento fechado e 12% em loteamento aberto. Segundo a pesquisa, 33% sonham com a casa própria para fugir do aluguel e 13% querem comprar um imóvel para investir ou revender.
Entre a população de menor renda (R$ 3 mil a R$ 8 mil), 69% pretendem adquirir uma casa na rua. Já entre os de maior renda (acima de R$ 16,5 mil), o desejo é pela compra de um apartamento.
Geobrain
Dados divulgados pela Brain Inteligência Estratégica revelam que o valor do metro quadrado em Campinas (R$ 7.777,00) foi o maior do interior paulista no 1° trimestre de 2023, patamar acima da Região Metropolitana de São Paulo (R$ 7.626,00) e um pouco abaixo do Grande ABC (R$ 7.858,00) – o que mostra a valorização imobiliária do município neste início de ano.
O levantamento também mostrou que Campinas teve um crescimento de 1,6% no lançamento de imóveis no 1° trimestre de 2023, totalizando 2.048 unidades novas contra 2.015 do período anterior (1T22). Em relação às vendas, 2.537 unidades foram comercializadas no intervalo, contra as 3.443 do 1T22.
Para o presidente da ABRAINC, Luiz França, o mercado de Campinas e do interior paulista são dinâmicos e possuem grande potencial de crescimento. A entidade entende que, com juros menores, seria possível viabilizar novos investimentos e permitir que uma parcela maior da população tivesse acesso à moradia digna. “Nos atuais patamares, os juros altos acabam sendo entraves ao desenvolvimento econômico, social e principalmente à geração de empregos no Brasil”, complementa.
"Entendemos que o potencial imobiliário que o interior paulista possui atualmente é muito satisfatório. Dada a sua heterogeneidade econômica, com várias regiões possuindo características e dinamismos distintos, vemos que há fortes sinalizadores de escassez de produtos em determinadas cidades, dado a um volume ofertado mais baixo colocado no mercado nesse início de ano, atrelado à manutenção da intenção de compra vista na região”, avalia o sócio consultor da Brain Inteligência Estratégica, Guilherme Werner.
Empresários do setor também participaram dos debates sobre o panorama do setor. No painel “Na ótica do incorporador: quais as perspectivas do mercado imobiliário”, André Leitão, CEO da HM Engenharia; Eduarda Tolentino, sócia e presidente do Conselho da BRZ; Guilherme Bonini, CEO da Longitude Incorporadora; e Victor Almeida, Copresidente da Construtora Pacaembu falaram sobre as perspectivas de crescimento para a área.
João Marcelo Barros, CEO da Habiarte; Carlos Bianconi, CEO da RNI; e Evandro Cruz, diretor institucional da BRNPAR, também participaram de um debate sobre o panorama de mercado, mediado por Guilherme Werner.
Os participantes também puderam conferir um painel sobre crédito imobiliário, com Eduardo Muszkat, da Kzas/Creditas; e outro sobre Normas de Garantia, que contou com a presença de Ricardo Campelo, sócio na Brotto Campelo Advogados.
Redação ABRAINC
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