A ABRAINC e a Brain Inteligência Estratégica realizaram na manhã desta quarta-feira (01), o webinar 'Os Desafios do Mercado Imobiliário na Região Nordeste'. O evento regional contou com a presença do presidente e do diretor de Assuntos Econômicos da ABRAINC, Luiz França e Renato Lomonaco, respectivamente, além de grandes nomes de empresas Associadas: participaram Kleiber Fontes, CFO da Canopus Construções; João Fiuza, diretor Comercial e de Incorporações da Diagonal Engenharia; Paulo Nunes, presidente da Jotanunes; e Diego Villar, CEO da Moura Dubeux.
O evento foi mediado pelo sócio-diretor da Brain, Fábio Araújo, e contou com audiência de mais de 400 pessoas. Os participantes debateram um levantamento realizado pela ABRAINC e BRAIN sobre o mercado imobiliário nordestino, traçaram um panorama sobre o comportamento do consumidor e falaram sobre as perspectivas das empresas para o segundo semestre de 2022.
Esse estudo mostrou que quatro em cada dez moradores dos estados do Nordeste estão em busca de um novo imóvel, seja para investimento, sair do aluguel ou simplesmente ter um novo lar, e destacou que 47% dos nordestinos optam por apartamentos, enquanto 41% preferem por casas ou sobrados, enquanto 19% desejam imóveis em condomínio fechado (19%) ou terrenos (11%).
A pesquisa revelou, ainda, que o interesse do consumidor nordestino é superior à média nacional, que é de 35%. Dos moradores dos nove Estados, 3% começaram a visitar stands de vendas, 6% realizam buscas pela internet e 31% ainda não começaram a procurar.
Após a apresentação inicial do estudo, Luiz França, presidente da ABRAINC, ressaltou a importância de ter uma taxa de juros adequada para incentivar o mercado imobiliário, que acompanhe a renda das famílias, e destacou o trabalho realizado pela ABRAINC junto ao Governo Federal para aprimorar o programa Casa Verde e Amarela, que teve queda nas contratações e lançamentos nos últimos meses. “A nova curva de subsídios e a expectativa de aumento do financiamento para 35 anos são fundamentais para o crescimento das contratações no programa”, afirmou.
Outro ponto destacado por França foi a necessidade de ter bons Planos Diretores nas cidades para desenvolver cada vez mais o mercado imobiliário, e colocou a ABRAINC à disposição para auxiliar nas conversas com as Prefeituras. “Os Planos Diretores precisam, primordialmente, atender às necessidades das pessoas compradoras de imóveis”, explicou.
O CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, destacou que a intenção de compra é o ponto mais importante para avaliar no momento, e ressaltou que, apesar do aumento recente dos juros e da inflação, o mercado imobiliário segue forte, uma vez que o Brasil já passou por momentos muito piores em outros anos.
Kleiber Fontes, da Canopus, falou que a demanda no mercado nordestino continua forte. “A empresa não parou, estamos cumprindo nossas metas, fazendo alguns ajustes por conta das altas dos insumos da construção, mas seguimos lançando, vendendo e acreditando no mercado”.
João Fiuza, da Diagonal, explicou que a concorrência no Nordeste é baixa se comparada a outros estados, e afirmou que o grande ponto para avançar no mercado SBPE é aumentar a eficiência operacional e se adaptar as especificidades do mercado de cada região. “Estamos animados e acreditando no futuro do mercado”.
O presidente da JotaNunes, Paulo Nunes, disse que a empresa sentiu uma diminuição do mercado, mas destacou que as mudanças realizadas recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento Regional no programa Casa Verde e Amarela, como ampliação da curva de subsídios e expectativa de aumento do tempo de financiamento, devem voltar a aquecer o segmento, com aumento das vendas e lançamentos.
Renato Lomonaco, diretor de Assuntos Econômicos da ABRAINC, destacou estudo realizado pela entidade que mostrou a boa rentabilidade dos imóveis no comparativo com investimentos em renda fixa. "Fizemos um levantamento que analisou a década de 2010 a 2019. A rentabilidade anual com imóveis foi de 15,3%, enquanto aplicações no CDB renderam 9,8% em média por ano nessa década analisada. Ou seja, o investimento em imóveis rendeu 50% a mais que aplicações em renda fixa, como o CDB".
Redação ABRAINC