18 de setembro de 2023
Impulsionar a empregabilidade de pessoas negras e a equidade racial como um todo no Brasil é uma questão essencial, mas ainda desafiadora. Ao admitir este cenário, o Pacto Global da ONU no Brasil, o MOVER (Movimento Pela Equidade Racial) e o Pacto de Promoção de Equidade Racial assinaram na última sexta-feira, 15 de setembro, uma Carta Compromisso no evento SDGs in Brazil, promovido pelo Pacto Global no Delegates Dining Room, dentro da Sede da ONU em Nova York.
Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, Marina Peixoto, diretora executiva do Mover e Gilberto Costa, diretor executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial (Foto: Leandro Fonseca/Exame)
Na prática, as organizações passam a trabalhar de forma conjunta com objetivo de alavancar as metas comuns. "As três organizações têm a mesma crença de que para ser maior, só fazendo junto. A gente se complementa, não compete e temos o objetivo combater o racismo e trabalhar a agenda de equidade racial nas empresas", diz Marina Peixoto, diretora executiva do Mover.
Para se ter ideia do contexto atual, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as pessoas negras são a maior parte entre os mais pobres (78,5% contra 20,8% das pessoas brancas) e possuem a maior taxa de desemprego (32,7% contra 11,3%). Mais da metade das pessoas trabalhadoras do Brasil (53,8%) são negras, mas o índice não acompanha o topo da hierarquia nas organizações. Apenas 29,5% dos cargos gerenciais das empresas são ocupados por pessoas negras (e 69% por pessoas brancas).
A intenção da união é também ajudar as empresas a participarem dos movimentos. "Temos a ideia de não reinventar a roda. Há uma complementariedade entre os movimentos, o que, por vezes, gera uma confusão nas empresas. Ao entender isto, resolvemos tirar proveito das fortalezas de cada organização, e ao mesmo tempo construir algo para mover a régua do mercado brasileiro na questão racial", diz Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil.
Cada organização segue com a atuação e governança de forma independente, ma estabelecem o compromisso público de apoio institucional, impulsionando e divulgando ações, compartilhando conhecimentos e identificando oportunidades de atuação conjunta.
"O investimento privado em equidade racial é o que vai fazer a diferença ao implementar ações de capacitação e fomento ao empreendedorismo negro. Isto culmina também em quanto conseguimos, como sociedade civil, acabar com a disputa de bandeiras e fazendo avanços conjuntos, pois o investimento em equidade racial leva tempo e demanda recursos", afirma Gilberto Costa, diretor executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial.
Entenda as metas anunciadas:
Fonte: Exame (ESG)
Fique por dentro de tudo o que rola no setor!