15 de setembro de 2021
O entendimento e a aplicabilidade de critérios ESG já fazem parte da realidade das empresas brasileiras. Mencionado pela primeira vez em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins, o termo ESG é uma sigla em inglês que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Surgiu a partir de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
A avaliação geral é de que atuar de acordo com padrões ESG amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou externo. No atual momento, em que as empresas são acompanhadas de perto pelos seus stakeholders, o ESG é uma indicação de solidez, melhor reputação, custos mais baixos e maior resiliência em meio às incertezas. Segundo levantamento realizado com as companhias que fazem parte do ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (Bolsa de Valores), 83% delas possuem processos de integração dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) às estratégias, metas e resultados. As ODS também cumprem especial papel nesta discussão pois tratam-se de 17 objetivos interconectados propostos pela ONU (Organização das Ações Unidas) que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados no Brasil e no mundo, em especial no combate à pobreza, proteção do meio ambiente e do clima, entre outros.
Sendo assim, é fato que hoje as informações ESG são essenciais para a tomada de decisões dos investidores. É certo também que os consumidores buscam cada vez mais empresas sustentáveis, e elas próprias já têm em sua política a priorização dessa agenda, fundamental para todo o ecossistema que as envolvem. No âmbito da incorporação imobiliária, as associadas da ABRAINC já lideram práticas ESG na construção civil e o compromisso com a sustentabilidade tem crescido bastante nos últimos anos.
Atualmente, o setor conta com 28 empresas listadas na B3 e, deste total, 22 estão incluídas no segmento Novo Mercado (NM), que aponta as ações de companhias que adotam as melhores práticas de governança corporativa e de sustentabilidade, e que se adequam aos indicadores ESG. Na prática, muitas ações já foram implementadas em nosso segmento e muitas outras estão por vir pois as empresas entenderam a importância desse novo modelo de atuação.
Entre as realizações a serem destacadas, podemos citar o plantio de árvores, tanto com a finalidade de recomposição de áreas de preservação ambiental como de paisagismo; implantação de canteiros sustentáveis e socialmente responsáveis, que envolvem a compra de materiais sustentáveis, controle do ruído, responsabilidade social com a comunidade do entorno, educação ambiental e terreno sustentável; contratação de empresa especializada em serviços e produtos focados na transição para a economia de baixo carbono, para desenvolver e consolidar projetos de ESG; e instalação, de modo geral, de práticas sustentáveis nos empreendimentos de várias das nossas companhias.
Exemplos na área não faltam, mas o importante é o entendimento de que consumidores e investidores buscam cada vez mais empresas sustentáveis e que este é sim um diferencial competitivo e vai ajudar a definir os vencedores no futuro. A sustentabilidade ambiental, social e de gestão gera valor a longo prazo, crescimento, rentabilidade e vida longa aos negócios. O movimento ESG veio, de fato, para ficar.
*O artigo foi escrito por Cícero Araujo, Vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias.
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