31 de maio de 2021
A ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) concluiu um levantamento de mais de um ano sobre a eficácia das medidas preventivas contra a Covid-19 em 900 canteiros de obras no Brasil. Os dados fazem parte do Relatório ABRAINC Segurança nas Obras, que reúne dados de 40 empresas, de várias regiões do país, no período de 27 de março de 2020 a 9 de abril de 2021. Desde o início da pandemia, a entidade vem monitorando, por meio de acompanhamento semanal junto às associadas, a saúde de cerca de 73 mil trabalhadores da construção civil e a eficácia dos protocolos adotados nas obras.
Baixo nível de contaminação – Este é um dos principais resultados evidenciados no levantamento, que mostra o baixo nível de mortes nos 900 canteiros analisados. Durante estes 12 meses, ocorreram 18 óbitos de trabalhadores da construção civil. No dia em que a pesquisa foi concluída (9/4), o Ministério da Saúde informava que o Brasil atingia a triste marca de 348,7 mil mortes.
Em termos percentuais, os 18 óbitos correspondem a uma taxa de mortalidade pela Covid-19 de 0,02%, um percentual muito baixo se comparado aos níveis registrados no Brasil, Estado de São Paulo e Maranhão (estado que representa os melhores números no parâmetro por mortes/milhão), segundo o site https://covid.saude.gov.br/ . O Brasil, por exemplo, registrou até 9/4 uma taxa de mortalidade de 0,16%.
Segundo o estudo, houve uma incidência maior de mortes de março a julho de 2020 (primeira onda da pandemia) e uma volta a partir de fevereiro deste ano (segunda onda). Entretanto, o volume de registros da primeira onda foi superior ao da segunda onda, o que mostra uma evolução nos protocolos de segurança. Além disso, durante sete meses (meados de agosto a março) foi registrado apenas 1 óbito, apontando a eficácia das medidas de segurança adotadas.
Apesar de ser considerado baixo o número de óbitos nos canteiros, o presidente da ABRAINC, Luiz França, lamenta as perdas de trabalhadores e reforça a necessidade de não descuidarmos de todas as medidas preventivas possíveis no trabalho, no deslocamento e em casa. “Fizemos um grande esforço de conscientização e investimos para garantir a saúde dos nossos colaboradores. Precisamos estar ainda mais atentos para vencer a segunda onda da Covid-19 e superar esse desafio”, comenta.
Entre as ações adotadas nos canteiros para a prevenção contra o coronavírus, França destaca o reforço da higiene com álcool em gel e instalação de mais banheiros; informativos sobre os cuidados a serem tomados; restrição de funcionários com sintomas e em grupo de risco, horários escalonados para almoço e uso do vestiário; medição de temperatura dos colaboradores na entrada e saída da obras, máscaras para o trajeto de casa ao trabalho (em média, seis por funcionário); máscaras extras na obra – além das obrigatórias (EPI), e transporte especial.
Recuperados - Apesar do registro de 18 mortes por Covid-19 ao longo dos últimos 12 meses, foi registrado um número de 7.026 colaboradores infectados e recuperados no período. Outro dado positivo refere-se à tendência de uma segunda onda mais branda no setor do que na primeira, o que também difere do movimento geral verificado entre a população brasileira, que está sofrendo com o aumento de casos e óbitos no atual estágio da crise sanitária.
A segunda onda teve o número de infectados por semana 26% inferior aos registrados na primeira onda. Já em relação aos casos suspeitos, a redução semanal foi de 67% no atual estágio se comparado ao início da pandemia. “Os dados reforçam que os protocolos são eficientes e os trabalhadores tiveram uma boa orientação por parte das empresas, entre elas, a de que todo trabalhador sintomático deve ser afastado imediatamente”, afirma França.
Obras paralisadas Houve algumas paralisações em funções de restrições impostas por prefeituras do País. O índice de obras paradas atingiu o pico de 13% em março deste ano, na primeira semana de abril chegou a 5% e agora se encontra em 0,2%, com apenas duas obras paradas. Outro ponto destacado no levantamento mostra que, no período com menos obras paralisadas (agosto/20 a janeiro/21), nota-se a “onda mais leve” na curva dos infectados, momento em que foi registrado o menor contágio entre os trabalhadores desde abril de 2020. Para o presidente da ABRAINC, esse resultado mostra como o ambiente do canteiro de obras pode ser seguro se tomadas as medidas de precaução corretamente.
“As obras em andamento não foram determinantes para o contágio. A pesquisa mostra, ainda, que enquanto os canteiros estavam em atividade, o número de infectados no setor foi reduzido, o que nos dá tranquilidade para continuar trabalhando”, frisa.
Atividade essencial - A classificação da construção civil como atividade essencial ajudou na continuidade das obras e no combate aos reflexos sociais e econômicos da pandemia. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, mostrou que a construção civil foi responsável pela criação de 43.469 empregos com carteira assinada somente em fevereiro deste ano, o que representa 10,8% do total de vagas geradas no País.
“O acompanhamento feito pela ABRAINC, se mostra um importante instrumento para a continuidade das atividades sem riscos à sociedade. Manter as obras funcionando com responsabilidade, e adotando todos os protocolos sanitários, impulsiona a economia e proporciona a geração de empregos em um dos momentos mais difíceis da nossa história”, finaliza Luiz França.
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