18 de julho de 2022
Você provavelmente está lendo este artigo em um ambiente construído, certo? Isso é um exemplo da presença da indústria da construção sobre tudo o que está a nossa volta. Por essa mesma força e capacidade de transformação, com seus impactos imediatos e de longo prazo no meio ambiente, discutir a sustentabilidade na construção civil deve ser uma prioridade. Para se ter uma ideia, o setor é responsável por 38% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), segundo relatório da ONU. O estudo aponta que é preciso reduzir a demanda de energia no ambiente construído, descarbonizar o setor energético e implementar estratégias de materiais que reduzam as emissões de carbono do ciclo de vida. Este processo de adequação passa pelo fortalecimento do ESG nas empresas da cadeia produtiva. Trata-se de uma abreviação do inglês Environment, Social e Governance, que pode ser traduzido como Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Governança. São eixos reconhecidos pela necessidade de trazer mais sustentabilidade e preocupação social aos negócios. Vamos começar com 10 exemplos:
1. Seleção do terreno
A sustentabilidade na construção civil inicia na seleção do terreno. O ideal é priorizar a construção em áreas já desenvolvidas ou em espaços que possam ser recuperados, com atenção aos corpos hídricos e habitat naturais.
2. Paisagismo sustentável
Priorize espécies pertencentes ao ecossistema local, que demandam menor volume de irrigação e manutenção com fertilizantes químicos e pesticidas. Isto preserva a biodiversidade e o equilíbrio ecológico, evitando ações como a erosão e sedimentação do solo.
3. Gestão da água
O uso racional da água garante menor custo de operação e reduz o volume de esgoto gerado. É preciso contemplar técnicas de captação pluvial e tratamento das chamadas águas cinzas.
O modelo foi contemplado com o primeiro lugar no 23º Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade (categoria Sistemas Construtivos). Conheça mais detalhes da iniciativa neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=TZZ0Fh0kGdc
4. Energia limpa
Diminuir a energia necessária nas operações da cadeia produtiva é fundamental para a sustentabilidade na construção civil. O desempenho energético de um empreendimento tem reflexo direto na sua produção e emissão de gases de efeito estufa.
5. Tratamento de resíduos
Reduzir, reusar e reciclar são três palavras-chave para a gestão adequada dos resíduos gerados numa obra. Os “3Rs” não admitem que um material seja rejeitado como lixo quando pode ser reaproveitado com outras finalidades. Bom exemplo: o plástico que sobra da construção nos empreendimentos da Tegra Incorporadora é destinado à produção do polipropileno reciclado. Os canteiros de obra da empresa, por exemplo, utilizam este material na produção dos chamados ecotapumes, que dispensam o uso de madeira. Esta e outras iniciativas no reaproveitamento de resíduos foram reconhecidas no Guia Exame Melhores do ESG 2022 na categoria Construção Civil e Imobiliário.
6. Materiais sustentáveis
Considere o ciclo de vida dos materiais usados no processo construtivo, desde a sua extração, processamento, transporte, utilização e descarte.
7. Métodos construtivos industrializados
A escolha por métodos construtivos industrializados reduz o uso de água na construção e minimiza o desperdício de materiais. A possibilidade de desmontagem futura também contribui para reduzir a geração de novos resíduos.
8. Emissão de gases
É difícil imaginar uma obra sem uso de aço, cal e cimento, certo? Estes são alguns dos principais materiais que emitem gases de efeito estufa na cadeia produtiva da construção. Como visto nos tópicos anteriores, é preciso priorizar materiais naturais e métodos construtivos eficientes. Quanto menos processado o material, menor deverá ser seu impacto ambiental. Mesmo quando não for possível contar com uma logística de reciclagem, é possível atenuar seu impacto ambiental durante a produção, como veremos abaixo. Bom exemplo: sabe aquele açaí servido na tigela com granola? Esta fruta, de origem amazônica, é usada como combustível pela Votorantim Cimentos em seus fornos. O aproveitamento do caroço e da semente, que seriam destinados a aterros, substitui combustíveis fósseis tradicionais. Além de eliminar resíduos, o processo reduz a emissão de gases.
9. Atenção aos fornecedores
Somente 22% das empresas analisadas pela consultoria Luvi One e a fintech arara.io avaliam critérios ESG de sua cadeia produtiva. O dado foi revelado na segunda edição do estudo sobre como as empresas acompanham as políticas de sustentabilidade de seus fornecedores. O emprego da sustentabilidade na construção civil precisa incentivar a escolha de fornecedores de materiais e serviços que atendam aos quesitos de legalidade, formalidade e qualidade, visando melhorar a qualidade de toda a cadeia da construção.
10. Adote uma ferramenta de gestão
Um software especializado vai ajudá-lo na gestão ambiental e na viabilização de um projeto sustentável.
Fonte: Sienge
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