Enquanto o governo trabalha para limitar a quantidade de alimentos processados e ultraprocessados no cardápio das escolas públicas, as instituições de ensino atuam para ampliar o consumo de produtos frescos e saudáveis. No Rio de Janeiro, uma iniciativa coordenada pela Associação Humana Brasil, em parceria com a MRV, está implementando hortas em três unidades de ensino localizadas no entorno do empreendimento Cidade Sete Sóis, em Campo Grande. A produção será incorporada à merenda escolar, fortalecendo a alimentação saudável e contribuindo para uma economia anual estimada em R$ 12 mil.

Na SmartHorta, como foi batizada, estão sendo cultivados alimentos como alface, couve, cebolinha, salsinha, rúcula, cenoura e beterraba, além de ervas como hortelã e erva-doce. Apenas nas unidades CAIC Nações Unidas e CIEP Doutel de Andrade, já foram plantadas cerca de 3.600 mudas, com previsão de gerar até 850 kg de comida.

As hortas contam com sistema de irrigação automatizada desenvolvido pela Aurass e são espaços vivos de aprendizagem. Os mais de 100 alunos inscritos participam de aulas e oficinas práticas sobre cultivo, sustentabilidade e inovação, com apoio técnico do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) - Campus Nilópolis. Por meio da cultura maker - uma abordagem de ensino que estimula o "aprender fazendo" -, os estudantes desenvolvem projetos práticos com ferramentas modernas como a modelagem 3D e o Arduino, uma placa programável que permite automatizar processos.

Capacitação de voluntários

O projeto SmartHorta teve início em dezembro de 2024 na escola CAIC Nações Unidas e segue em expansão em 2025 para o CIEP Armindo Marcílio Doutel de Andrade - com mutirões realizados nos dias 10, 21 e 24 de abril - e para o Instituto Sarah Kubitschek, cuja implantação está prevista para agosto deste ano. Os mutirões de plantio e manutenção são realizados semanalmente, às quintas-feiras. Os cálculos indicam que, ao atingir a maturidade, as hortas nas três unidades poderão produzir aproximadamente 940 kg de alimentos frescos.

Além da capacitação de estudantes, professores e funcionários também estão sendo preparados para garantir a continuidade do cuidado com as hortas após o encerramento oficial do projeto. Para o diretor adjunto do CAIC Nações Unidas, Estevão Sousa, a horta já representa "um dos pilares da escola, de importância central e fundamental". O aluno Adriano Lemos também compartilha seu entusiasmo: "Estou aprendendo muito sobre tecnologia. Aprender sobre sustentabilidade é o que vai fazer o nosso mundo durar mais, não tem jeito."

Vizinho do Bem

A iniciativa das hortas integra o programa socioambiental "Vizinho do Bem", criado em 2016 pela MRV para promover o diálogo com a população que mora no entorno de seus empreendimentos. Atualmente, o projeto está ativo em 14 localidades pelo país - sendo seis delas ligadas à Cidade Sete Sóis. O Vizinho do Bem contempla ações como oficinas educativas, projetos ambientais e apoio a equipamentos públicos, fortalecendo o desenvolvimento sustentável da região. A SmartHorta, por exemplo, beneficia diretamente mais de 150 pessoas, entre estudantes, professores e voluntários da comunidade, e mais de quatro mil moradores da região, indiretamente.

A SmartHorta acontece nas proximidades da Cidade Sete Sóis, primeiro bairro planejado com conceito de smart city da MRV no estado do Rio de Janeiro. O empreendimento reúne 16 condomínios residenciais em uma área de mais de 377 mil m², com investimento de R$ 100 milhões em urbanização. Inspirado em sete pilares - entre eles, Vida Verde, Boa Vizinhança e Tecnologia - o projeto integra soluções de mobilidade, segurança, conectividade e sustentabilidade, como ciclovias, praças, horta comunitária, iluminação LED e Wi-Fi em áreas comuns.

Fonte: Portal Serrolândia