27 de março de 2024
CFO da Construtora Planeta, de Sorocaba (SP), ela acredita que desde a concepção de projetos até a execução no canteiro de obras, a diversidade de experiências e pontos de vista levam a soluções mais inovadoras e inclusivas.
Welma conta que a Planeta, atualmente, possui 30% de mulheres no quadro de funcionários. “Ainda está abaixo do que gostaríamos, mas acima da média do mercado brasileiro da construção”, afirma.
Em 2023, a empresa fez uma parceria com SESI/SENAI e SEBRAE no projeto “Elas na Construção”. “Apoiamos a capacitação de mulheres que desejavam ingressar no ramo da Construção Civil. Um trabalho fundamental na quebra de tabus e na inserção da mulher nesse segmento”, destaca.
Confira a íntegra da entrevista abaixo:
Como você decidiu seguir carreira na construção civil? Houve alguma inspiração em particular?
Esse ano completo 20 anos de carreira na Construção Civil. Iniciei como contadora e me encantei pelas particularidades desse segmento. Uma ex-professora da faculdade, a quem sou imensamente grata, me convidou para assumir seu lugar na Contabilidade de uma construtora. Ao longo desses anos, tive a honra de conviver com grandes mestres e mestras do setor, que me inspiraram de diferentes formas.
Há sete anos, alcancei a posição de CFO, e me enche de orgulho conciliar esse cargo com os papéis de mãe, esposa e filha. Sobretudo, sinto-me extremamente orgulhosa por ser mulher em uma posição de alta gestão na área financeira e no segmento da Construção Civil.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao entrar nesse setor?
Cada setor tem sua própria cultura e seu jeito de fazer as coisas, e a construção civil não foi diferente. Adaptação à cultura, às práticas e aos procedimentos específicos do setor demandou tempo e esforço.
Como mulher, qual é sua visão do mercado de trabalho da construção?
Embora historicamente dominado por homens, o setor está gradualmente reconhecendo o valor da diversidade de gênero e está trabalhando para criar um ambiente mais inclusivo para mulheres e outros grupos sub-representados.
Acredito firmemente que a presença de mulheres no mercado de trabalho da construção traz consigo uma variedade de perspectivas e habilidades únicas que podem enriquecer o setor como um todo. Desde a concepção de projetos até a execução no canteiro de obras, a diversidade de experiências e pontos de vista podem levar a soluções mais inovadoras e inclusivas.
Quais são os conselhos que você daria para outras mulheres que estão iniciando sua jornada no mercado de trabalho, especialmente na construção civil?
Não permitam que rótulos ou qualquer tipo de preconceito as desmotive. Investir em autoconhecimento, manter-se atualizada, construir uma rede de apoio e se conectar com outras mulheres da indústria da construção é essencial. Empodere-se e corra atrás do que te faz feliz, lembrando que o sucesso profissional independe do gênero ou da área de atuação.
Quais são as principais mudanças que você gostaria de ver acontecer no setor para promover a igualdade de gênero?
Promover cultura organizacional que valorize e promova a igualdade de gêneros através da educação e conscientização.
Criar programas de orientação, apoio e desenvolvimento para atrair mais mulheres para o setor, quebrando os estereótipos de que é um segmento apenas masculino - tornarmos mais atrativos para as mulheres.
Quais são os momentos mais gratificantes que você teve em sua carreira na construção civil?
A satisfação de participar do evento de entrega de chaves realizando o sonho de várias famílias ao receberem o primeiro imóvel é de longe a melhor experiência. Paralelo a isso, a sensação do crescimento profissional, vivendo novos desafios e colhendo frutos.
Você sente falta de alguma informação/índices que demonstrem melhor a realidade da mulher na construção civil? Se sim, qual?
Informações mais detalhadas e específicas sobre a experiência das mulheres na construção civil, incluindo sua representação em diferentes cargos e setores, bem como questões relacionadas à igualdade de gênero no local de trabalho, poderíamos fornecer uma visão mais abrangente e precisa da realidade das mulheres nesta indústria. Isso, por sua vez, ajudaria a informar políticas e iniciativas destinadas a promoverem a igualdade de gênero e criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e equitativo para todas.
Sua empresa possui algum programa de incentivo a contratação de mulheres para promoção da equidade de gênero?
Na Planeta atualmente, as mulheres representam 30% dos nossos profissionais. Consideramos que ainda está abaixo do que gostaríamos, mas acima da média do mercado brasileiro da construção, que é de 10,85%, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Em 2023, fizemos uma parceria com SESI/SENAI e SEBRAE no projeto “Elas na Construção”, onde apoiamos a capacitação de mulheres que desejavam ingressar no ramo da Construção Civil. Um trabalho fundamental na quebra de tabus e na inserção da mulher nesse segmento.
Redação ABRAINC
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