20 de dezembro de 2023
O adensamento urbano é um elemento vital para o desenvolvimento sustentável das grandes metrópoles, especialmente em locais onde ainda há enorme déficit e demanda habitacional, como é o caso de São Paulo.
Estudo produzido pela FGV e atualizado pela ECCONIT, a pedido da ABRAINC, aponta que a capital paulista terá que construir em média 73 mil moradias por ano até 2030 para zerar a demanda futura (novas famílias) e o déficit atual.
Adensar as cidades é essencial para a redução desse déficit habitacional, mas também promove uma série de outros benefícios, sociais e ambientais. Focalizar o desenvolvimento em áreas urbanas dotadas de boa infraestrutura implica menores distâncias de deslocamento, menor dependência do automóvel, uso otimizado de energia e equipamentos públicos e melhor acesso à diversidade de serviços e empregos. Por serem populacionalmente densas, as cidades compactas ainda protegem áreas ambientais no entorno urbano, evitando o espraiamento e preservando a biodiversidade.
Além disso, cidades densas estão no caminho para a sustentabilidade. Fazer com que as pessoas gastem menos tempo em deslocamentos diários não apenas melhora a qualidade de vida, mas também contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa, como têm indicado estudos empíricos recentes. É o que demonstra o relatório “Cidades Sustentáveis: O Papel do Plano Diretor na Construção de um Futuro Sustentável”, produzido pela Ernst & Young (EY), que a partir de dados da Our World In Data constatou a relação negativa entre emissão per capita de dióxido de carbono e densidade populacional das cidades.
O desenvolvimento de áreas urbanas adensadas garante ao mesmo tempo a preservação de espaços verdes, a acessibilidade aos serviços públicos fundamentais e a manutenção da qualidade de vida para os habitantes da cidade.
Para que São Paulo trilhe esse caminho do adensamento, é fundamental que a nova Lei de Zoneamento, atualmente em processo de revisão na Câmara Municipal, não crie restrições e empecilhos para a produção habitacional em regiões centrais e dotadas de boa infraestrutura.
Temos uma grande oportunidade para melhorar o acesso à moradia na cidade, torná-la mais moderna, inclusiva, e, sobretudo, com maior qualidade de vida, metas que ainda precisam ser alcançadas.
Redação ABRAINC
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