28 de junho de 2021
A relevância e o potencial do setor da construção civil para impulsionar o crescimento econômico e a geração de empregos no Brasil será tema do terceiro texto da série ABRAINC Explica.
Quando a construção civil vai bem, a economia brasileira acompanha o ritmo. A maior parte do que é investido no setor retorna como PIB, emprego, tributos e renda à população. A construção possui ampla capacidade de produção e de gerar milhares de postos de trabalho de forma rápida, fatores essenciais para a retomada econômica brasileira pós-pandemia de Covid-19.
O setor movimenta uma grande cadeia produtiva. Desde o canteiro de obras até a fabricação de insumos, são milhões de pessoas empregadas diretamente na construção civil, com grande potencial de crescimento para os próximos anos.
Empregos
Para se ter uma ideia da dimensão do setor na geração de empregos, em 2020 o Brasil criou 142 mil vagas de trabalho formais (CLT), das quais 112 mil foram oriundas da construção civil, segundo dados do Caged divulgados pelo Ministério da Economia.
Neste ano, de janeiro a abril, o Caged aponta que já foram abertos até agora mais de 957 mil postos do trabalho no País, sendo mais de 134 mil na construção civil, demonstrando o grande potencial e a resiliência do setor para superar crises.
PIB
O IBGE divulgou recentemente os dados do PIB do 1º Trimestre de 2021, e o PIB da Construção cresceu 2,1% em relação ao último trimestre do ano passado, sendo um dos setores com maior elevação. O PIB Brasil cresceu 1,2% no período.
Fica claro que o PIB da construção civil tem forte relação com o desempenho econômico do Brasil, e indica que o setor será essencial para a recuperação e o crescimento sustentado da economia brasileira.
Na prática, a melhora do PIB da construção civil tem impacto em diversos outros campos da atividade econômica. Os investimentos em obras impulsionam áreas importantes para o desenvolvimento urbano. A construção de mais moradias diminui o déficit habitacional, a ampliação do saneamento básico melhora as condições de saúde da população e a expansão da mobilidade urbana oferece praticidade ao cotidiano, trazendo mais qualidade de vida.
Indicadores ABRAINC-Fipe do 1° trimestre de 2021
Mesmo em meio à segunda onda da pandemia de Covid-19, os lançamentos e as vendas de imóveis nos três primeiros meses de 2021 tiveram alta.
De acordo com dados de 18 empresas associadas à ABRAINC, os lançamentos somaram 26.384 unidades, com um crescimento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. Se considerado o período de 12 meses, encerrado em março de 2021, o número de imóveis lançados totalizou 128.445 unidades novas, superando em 10,6% a quantidade registrada no levantamento anterior.
As vendas também registraram um bom desempenho no primeiro trimestre deste ano. Foram comercializadas 34.823 unidades, o que representa uma alta de 21% em relação ao volume vendido no mesmo período de 2020. Já no acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em março, as 144.688 unidades comercializadas superaram em 27,1% o volume de transações do período precedente.
O bom ritmo de lançamentos e vendas neste primeiro trimestre demonstra que a confiança dos empreendedores no bom desempenho do setor permanece inalterada, assim como os consumidores seguem interessados na aquisição da casa própria.
O ambiente de negócios continua propício, com grande atratividade para o investimento em imóveis, em relação às aplicações financeiras tradicionais. Também são favoráveis as perspectivas para quem busca a primeira moradia, por conta das taxas de juros acessíveis, o que sinaliza que o mercado deve se manter aquecido ao longo dos próximos meses.
Crédito imobiliário
A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) divulgou no fim de maio que os financiamentos imobiliários com recursos da poupança atingiram R$ 16,7 bilhões em abril de 2021, com crescimento de 149,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O aumento do crédito imobiliário nos primeiros quatro meses de 2021 também ficou evidente, com montante financiado de R$ 59,9 bilhões, o que representa uma alta de 122,3% em relação ao 1º quadrimestre de 2020.
No acumulado de 12 meses, entre maio de 2020 e abril de 2021, o montante financiado somou R$ 156,9 bilhões, alta de 85,5% em relação ao período anterior.
Mesmo com a recente elevação da taxa de juros (Selic) para 4,25% ao ano, as taxas de crédito imobiliário seguem em patamares atrativos, mantendo as condições favoráveis para a aquisição da casa própria, fator fundamental para redução do déficit habitacional.
Déficit habitacional
Em 2019, o déficit habitacional no Brasil era de 7,8 milhões de unidades. Desse montanto, 4,5 milhões (57%) se referem ao déficit restrito, que totaliza o número de famílias que vive em condições precárias. O Nordeste é a região que possui a maior participação no déficit: 2,4 milhões de famílias.
A implementação de programas habitacionais foi fundamental para a redução do déficit restrito, que caiu de 6,4 milhões de famílias em 2004 para 4,4 milhões em 2019. Apenas no Nordeste, 844 mil famílias deixaram de morar em condições precárias ao longo desses 15 anos, demonstrando o sucesso dos programas Minha Casa, Minha Vida e Casa Verde e Amarela.
Até 2030, a estimativa é que esse número chegue a 11,4 milhões de unidades. E desse total, 65% está concentrado nas faixas de renda de até 3 salários mínimos. Essa necessidade se dá, além da formação de novas famílias, por condições inapropriadas de moradias, como má estrutura para habitação familiar ou ônus excessivo com aluguel, isto é, pagar mais do que pode em uma moradia alugada.
A construção civil tem grande potencial para combater esse déficit e ampliar ainda mais sua participação na economia brasileira. Não faltará comprometimento e garra do setor para superação dessa crise. Mãos à obra!
Redação ABRAINC
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